Tranzine | Aliencore

Edição #14
Lisboa, 2011

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“DKANDLE tece paisagens sonoras transcendentes vibrantes e multicoloridas, misturando texturas Shoegaze difusas e reverberantes, meditações Dream Pop hipnotizantes, tons Grunge lamacentos e tensões Post-punk temperamentais, intensificadas com lirismo comovente e vocalizações emotivas e pensativas”

TAGS: música, música eletrônica, rock, underground

Aliencore é o projeto electro-rock produzido por Denis Kandle (editor do Tranzine). O Aliencore vai no âmago (core) do Rock'n'Roll: deixar as pedras rolarem.

Aliencore é alien feelings traduzidos em som. É não se sentir como a maioria. É se sentir estranho no meio da multidão - e ter orgulho disso! É não se prender a uma época passada, nem a uma fórmula estabelecida. Aliencore é uma revolução constante contra a mesmice e padronização predominante no cenário rock atual.

O Rock sempre foi contestação. A ideia central (core) sempre foi a de desafiar o instituído, o conceito rígido. Nenhum músico pode dizer que faz Rock sendo fiel ao Rock, por mais contraditório que isso possa soar. Sempre que alguém descobre uma "fórmula" e fica só nela, ele está fincado à terra e não sai mais disso, fica engessado na sua eterna certeza. Muitos ficam fechados nessa fórmula e não evoluem mais, não crescem mais, vivem uma eterna repetição. Isso não pode acontecer no Rockn'Roll! A própria essência do Rock pede que ele seja traído: ficar só numa fórmula pré-estabelecida é a antítese do Rock. Vai ficar fazendo igual aos seus ídolos? As Pedras devem Rolar, é sobre isso que se trata o Rock'n'Roll!!!

O Aliencore tem dois remixes lançados até o momento: um para a música Mindkiss, do Johann Heyss, e o outro para a música Come and Fall, do Wry, que abre o álbum 'Wry Remixes', lançado em 2009. (EDIT 2024: Em 2018 foi lançado o álbum Over the Moon do Aliencore - ouça e baixe AQUI).

Let the Rock Roll!

ALIENCORE - INDUSTRIAL 4.0

Ricardo Antonio

Seja bem vindo ao caos.

O Petróleo acabou.

As mudanças climáticas já fazem parte do nosso cotidiano.

Plástico? Pense em um substituto.

Gênero binário? Coisa do passado.

Sorria. Não ficará pedra sobre pedra do nosso velho modelo civilizatório. Em menos de 100 anos, esse mundo que conhecemos não existirá mais. É um novo zeitgeist que já mostra sua cara e, independente desse ou daquele setor mais resistente a mudanças, se instalará no planeta, anyway.

Tem alguém se sentindo inseguro ai?

Talvez não.

O caos só desorienta e amedronta quem algum dia viveu uma época de (pretensas) certezas e consensos. Quem já nasceu no caos, tem tanta intimidade com ele quanto um golfinho com a água.

Assim é o Aliencore. É música que nasce no século XXI, pra nadar de braçada nesse delicioso oceano de incertezas e reinvenção da nossa querida civilização.

Como ser pessimista?

O pessimismo envelheceu. Virou pura referência.

Nine Inch Nails, Nirvana, Carl Cox, Aphex Twins. Blade Runner, Black Mirror, pista do Tresor, mind the gap!

O som do Aliencore é puro Industrial 4.0.

É “internet of the things”, célula-tronco, chip implantado. Bits eletrônicos em sua fase sub cutânea. Quase linfáticos.

Nós conectados entre nós e com as máquinas.

É o som da essência, do caos, de onde nascem todas as coisas.