"Mas eles são animais irracionais, nós somos humanos racionais!", alguém poderá argumentar. Mas o que está em jogo aqui é o fato de que agora temos provas científicas de que a homossexualidade é natural, por isso a vemos tanto entre os animais irracionais como entre os humanos racionais. A Natureza seleciona uma certa percentagem de indivíduos para serem homossexuais. Os animais gays servem para criar os filhotes órfãos ou rejeitados de pais heterossexuais, os quais rejeitam seus próprios filhos ou não tem tempo ou disposição para criar filhos dos outros.

 

Os cristãos sempre pregaram que a homossexualidade é antinatural - Jesus Cristo nunca disse nada contra a homossexualidade, queira notar - que o natural é apenas "homem com mulher"; que se a homossexualidade fosse normal, "Deus teria criado Adão e Ivo". Bem, a imagem acima pode falar melhor por mim... (Agora só restou para os cristãos dizerem que os leões foram "desencaminhados pelo Diabo" rs).

​

Agora, por outro lado, nunca vi nenhum ser humano não gostar de sexo. Dizem que existem pessoas assexuadas por aí, sei que existem, mas garanto que são um número bem pequeno...

​

Não há dúvidas de que o sexo seja algo inerente aos seres humanos, e interromper esse fluxo energético, impedir uma pessoa de fazer sexo, isso sim é uma Lei Anti-Natural, das mais cruéis! Não é à toa que vemos tantos padres cometendo pedofilia.

​

Existem centenas ou até mesmo milhares de casos de padres pedófilos, sejam hétero ou homossexuais, só que não ficamos sabendo da grande maioria desses casos. Isso porque a Igreja tem uma capacidade enorme de "esconder a trágica realidade dos fatos." Quando um caso de pedofilia é descoberto, a Igreja faz de tudo para que a história não vase para a imprensa, transferindo o padre para outra paróquia, tentando abafar o caso, e de um modo ou de outro impedindo que a notícia seja divulgada na grande mídia. Só os casos realmente escabrosos chegam aos jornais, mas a maioria mesmo não chega ao nosso conhecimento.

​​​

A Igreja persiste com sua postura de impor o celibato para seus padres e de ser anti-gay e anti-camisinha, nos obrigando a conviver diariamente com esse "filme perverso sobre o mal" que vemos ocorrer no mundo real, com milhares de casos de padres comedores de criancinhas, preconceito enraizado contra os homossexuais e grande número de pessoas que pegam doenças venéreas ou que têm uma gravidez indesejada por causa da Igreja.

​

A lei que trata do reconhecimento de relações homoafetivas no Brasil só foi possível porque o Supremo Tribunal Federal é formado por pessoas muito esclarecidas, do contrário do Congresso Nacional, que está cheio de evangélicos que querem impor a todo mundo o seu ponto de vista. É um egoísmo extremo essas pessoas que se julgam propagadoras do Amor e da Justiça no mundo quererem que todos os outros sigam os seus preceitos religiosos, e se você não age conforme eles querem, sorry, nenhum direito, você é filho do Demônio e merece ir pro Inferno.

​

O "pensamento" cristão põe o homem como um ser miserável que nem merecia viver, e que deve sentir penitência pelos seus pecados, pregando um ódio declarado ao prazer dos sentidos. Isso desencadeia em vários desequilíbrios na sociedade, porque os cristãos se veem como o povo escolhido de Deus que vai em breve viver eternamente em beatificação no Paraíso, sem dor, sem problemas. A doutrina cristã prega que felicidade verdadeira é viver como santo, com várias privações na vida absurdas e desnecessárias. É a fonte da intolerância contra a opinião diferente, do preconceito, principalmente contra os que não se adequam com a cartilha cristã, como os homossexuais, os pagãos, os ateus.​

​

Os cristãos são contra as práticas homossexuais por herança de pessoas no passado que escreveram contra essas práticas num pretenso Livro Sagrado, nomeadamente a Bíblia - pessoas essas que eram imersas numa sociedade patriarcal e machista, herdeiras da cultura grega que colocava apenas o homem ateniense como digno de cidadania, relegando todo o resto - mulheres, estrangeiros, escravos - a uma subcategoria com direitos muito reduzidos. A diferença é que na Grécia a homossexualidade não era considerada uma perversão; pelo contrário, o relacionamento entre dois homens era posto no mais alto grau de modelo a ser seguido, ao ponto de a mulher, numa casa grega, não ter direito ao acesso à sala de estar sem o consentimento do marido, que tinha aquele espaço reservado para ele e o eromenos, seu jovem amante. A mulher casada era praticamente uma empregada doméstica que sequer podia sair na rua sozinha. Havia até um caso muito conhecido na época de um homem que teve vários problemas na sociedade porque era apaixonado pela sua esposa... Após a ascensão do Império Romano e o sufocamento daquela cultura pederasta grega, o machismo continuou, mas por diversos fatores, as relações heterossexuais passaram a prevalecer, e surgiu a ideia, proveniente do judaísmo e criada por escravos recém-fugidos de séculos de subjugação no Egito, de que Deus, antropomorfizado em uma forma humana, criou o primeiro homem, Adão, e de suas costelas fez surgir um ser de sexo mais frágil, a mulher, e que eles teriam que constituir uma família e povoar a Terra. Essa historinha foi tomada como um fato por esses homens pseudo-espiritualizados, e então o modelo patriarcal de sagrada família constituída por um homem e uma mulher ganhou força, e todos os modelos menores que não fossem de acordo com esse conceito passaram a sofrer oposição. Desde então o conceito vigente é o da masculinidade sendo superior ou feminino. Veja que as lésbicas masculinizadas não sofrem tanto preconceito quanto os gays efeminados. O problema não é a homossexualidade, o problema é a valorização da feminilidade, para o status quo, essa ameaça ao patriarcado deve ser exterminada de qualquer maneira.

 

Muitos homens se casavam (e ainda casam) simplesmente para manter as aparências, relegando suas práticas sexuais homossexuais - que são as que eles realmente sentem prazer - à marginalidade, tendo que frequentar locais de prostituição masculina, saunas gays, etc, para satisfazerem seus desejos mais latentes... A hipocrisia virou regra, e se de um lado tínhamos os homens casados que escondidos mantinham relacionamentos homossexuais, por outro lado tivemos o clero tendo que cumprir o celibato, o que nada mais era do que uma manobra política na Igreja para que suas possessões continuassem em suas mãos, e não para os descendentes dos padres e bispos, caso estes fossem casados. É uma violência inenarrável obrigar uma pessoa a não ter mais relações sexuais pelo resto da vida, algo totalmente antinatural.... Por isso vemos tantos casos de padres pedófilos, porque estes "amorteceram seus membros" contra a sua natureza, como se tivessem fechado uma represa, só que a vida é um rio em fluxo constante, e uma hora a represa acaba rebentando, causando muitos estragos na vida dos que estão ao redor...

​

Daí vem o arcebispo Anuar Batistti agora dizer que a aprovação da união civil entre homossexuais no Brasil pelo STF irá "destruir a família". O que realmente destrói a família, arcebispo, é um jovem gay se suicidar porque a igreja e a sociedade sempre disseram para ele que seu jeito de ser era uma aberração (a maioria dos jovens que se suicidam é de gays em conflito com a sua personalidade). "Destruição da família" é uma criança ser violentada por um padre pedófilo e carregar um trauma como esse pelo resto da vida. Enquanto isso, esses cegos espirituais são tomados por milhões de pessoas como os representantes de Deus na Terra. Como pode uma pessoa propagadora de ódio, cheia de preconceitos, ser considerada uma líder espiritual?

 

​Esses religiosos imaginam que ir contra aos seus preceitos é um sinal de que o mundo está perdido, quando não compreendem que eles mesmos são o maior dos entraves para o progresso da humanidade.

​

O mais lamentável de tudo é que um dos principais mandamentos dos cristãos, "Não julgueis para não serdes julgados", seja tão ignorado por eles, que vivem apontando o dedo para tudo que não siga a cartilha cristã, enviando todos para o Inferno... E mais - eles se dizem propagadores do "Amor" no mundo, mas olhe para um crente: sempre apontando o dedo, sempre demonstrando seu ódio contra tudo que não seja cristão. Mais lamentável que isso, só o fato de que eles têm "certeza absoluta" de que estão com a verdade porque "a Bíblia diz". Ou seja, não têm nenhum argumento, apenas se escoram em palavras de um livro dogmático tomado como a palavra de Deus, por isso não adianta nada fazer com que eles entendam a realidade. Estão de tal modo convencidos de suas verdades que tentar fazê-los simplesmente enxergar o óbvio é o mesmo que jogar pérolas aos porcos...