top of page

Edição #8
Rio de Janeiro, 2005

Internet,  nossa maior aliada contra a manipulação de informação

Entrevistamos Jenner do podcast Misturinha

By Bruno Privatti

Ultima campanha de Timothy Leary sobre as drogas antes de sua morte

Castração das ações disfarçadas de elevação espiritual

By Maite Schneider

As TVs abertas em contraste com o modelo de financiamento público exemplificado pela BBC

podcast.jpg
DKANDLE Tranzine.png

“DKANDLE tece paisagens sonoras transcendentes vibrantes e multicoloridas, misturando texturas Shoegaze difusas e reverberantes, meditações Dream Pop hipnotizantes, tons Grunge lamacentos e tensões Post-punk temperamentais, intensificadas com lirismo comovente e vocalizações emotivas e pensativas”

O que ficou faltando acrescentar no glossário? Comente abaixo

VOCÊ TAMBÉM PODERÁ GOSTAR:

ELECTRONICA TIMELINE
Desde os primórdios até hoje em dia

ASSINE PARA ATUALIZAÇÕES
SEJA INFORMADO EM PRIMEIRA MÃO SOBRE NOVAS EDIÇÕES 

Obrigado!

Bruno Privatti

(colaborou Denis Kandle)

Alternativo – Seria mais uma opção de escolha. No nosso caso serial algo para quem, por exemplo, não gosta de pagode ou funk carioca. Seria algo mais autêntico, sem compromissos com o mercado. Mas depois do Nirvana tudo mudou. Agora o que é alternativo? O que é mainstream ? Será apenas uma jogada de marketing ?

Anarquismo – Teoria política que prega o fim do estado, governo e leis. A maioria dos fanzines punks traz textos sobre anarquismo, à moda deles...

Anime – Desenho animado japonês. Todos os personagens têm olhos grandes por causa de um desenhista chamado Tezuka Osamu. Ele foi um pioneiro da animação nipônica e adorava Disney e Max Fleischer e homenageava seus ídolos com personagens com olhos enormes como os da Betty Boop. Na maioria das vezes a premissa dos animes é genial, o roteiro é incrível, a animação fantástica. Mas nunca ao mesmo tempo. Ou você tem só um desses elementos ou nenhum deles, deixando um resultado pífio na tela da TV.

Apoio – Todo fanzineiro chora porque não tem apoio. Toda banda chora porque não tem apoio, não tem lugar para tocar, não tem rádio rock, espaço na mídia etc. Estranho, já que eles militam no underground, vivem falando em "faça você mesmo" e muitas vezes se dizem contra a sociedade e o governo... apesar disso alguns governos municipais e estaduais patrocinam eventos como o MADA (Natal, RN) e Abril Pro Rock (Recife, PE). Empresas privadas muitas vezes apenas fazem jogadas de marketing promovendo festivais picaretas e caça níqueis. Por essas e por outras é que muita gente não espera apoio nenhum, talvez com exceção daquele oferecido pelo papai e pela mamãe.

Audiozine – Um fanzine feito nos moldes de um programa de rádio e distribuído em fitas cassete ou em arquivos via internet.

Crossover – Mistura de gêneros musicais a princípio totalmente diferentes como o rap e o heavy metal ou o punk e o heavy metal. No Brasil um exemplo de crossover (picareta) foi o chamado "forrócore".

Demo – Abreviação de demonstração. São as famosas fitas gravadas geralmente em estúdios vagabundos sem muito cuidado estético e técnico por bandas que querem divulgar o seu trabalho, e quem sabe, assinar um contrato com uma grande gravadora e encher o rabo de dinheiro. As demos hoje em dia estão perdendo esse caráter de demonstração, pois muitas bandas as estão encarando como produto final, já que as gravadoras não estão nem aí para bandas novas. Algumas bandas estão usando gravadores de CDROM para lançar seu material.

DIY – Do It Yourself (faça você mesmo). Lema dos punks, que lembra aquela música do Geraldo Vandré: "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer". Como nada cai do céu (ver apoio) os zineiros e músicos muitas vezes têm que trabalhar duro para lançar um zine ou uma demo.

DJ – Disk Jokey. Até os anos 80 era só o cara que colocava música nas rádios e nas discotecas. Hoje é considerado artista e coisa e tal, se bem que a maioria é superestimada mesmo...

Editor – Aquela estranha criatura responsável por um fanzine. É o editor que escreve as matérias (ou fica pegando no pé dos colaboradores para eles entregarem os textos), faz a diagramação, tira as cópias, distribui e divulga o fanzine. Alguns se acham muito importantes e passam a exigir entradas grátis para shows, fitas demo e um tratamento diferente. Gente assim sonha em ganhar algo com fanzine, mas a maioria é gente abnegada que trabalha apenas por paixão.

E-zine – Basicamente é uma revista eletrônica [tipo o Tranzine!]. Tanto pode ser uma versão eletrônica da Playboy como um fanzine feito para a Internet. O interessante é que muitas revistas e sites profissionais, isto é, que buscam lucro, tem muitos pontos em comum com zines. Tanto na estética, quanto no conteúdo.

Fã – São pessoas que gostam de andar com pessoas que gostam de determinado artista, esporte, gênero musical, literário etc. Alguns fãs, insatisfeitos com a mídia tradicional, resolveram publicar material sobre seus objetos de desejo. Os fãs não costumam tolerar brincadeiras com seus ídolos.

Fake - Palavra inglesa que quer dizer falso, simulacro. Fake pode ser uma banda que não toca os seus instrumentos ou uma banda ou artista que finge ser algo que não é. Exemplos: Milli e Vanilli, Sigue Sigue Sputnik, Tihuana, ATR...

Fanzine – Contração de duas palavras de língua inglesa que querem dizer algo como "revista de fã". Qualquer coisa publicada em uma escala não comercial, sem lucro (geralmente dá um prejuízo danado para quem os edita) pode ser considerada fanzine. Para algumas pessoas fanzine é apenas aquele boletim do movimento anarco punk ou quadrinhos malfeitos imitando a Image ou mangás, mas eles estão errados.

Fanzineiro – Aquele que faz fanzines. Ver editor

Farofa – Prato feito basicamente com farinha frita. Farofa é todo roqueiro que prefere privilegiar o lado visual (ou a presepada) em detrimento da música. Geralmente os grupos de glam rock e hardrock, como Poison, SkidRow, Aerosmith e Gun’s and Roses, são considerados farofeiros.

Flyer – Filipeta. Pequenos pedaços de papel que servem como divulgação/cartão de visita de um fanzine ou banda. Todo fanzineiro que se preze entope sua correspondência com toneladas desses papeluchos. Funciona que é uma beleza, sem flyer (mesmo que eletrônico) um fanzine dificilmente será conhecido.

Gangsta – Estilo de rap que faz apologia do crime e das gangs de rua. Exemplos Snoopy Dog Doggy, Tupac Shankur.

Glam – Gênero de rock onde o visual, a atitude e boiolagem eram mais importantes que a música. Exemplos: David Bowie, T-Rex

Gótico – Gênero musical e estilo de vida. Nos anos 80 eram chamados de darks. Hoje experimentam um renascimento. Saem à noite de suas covas para dançar ao som de Siouxsie and Banshees, Bauhaus e Joy Division em bares infectos (os góticos "de raiz") ou em boates muderninhas (os de butique).

Grunge – Estilo musical que reciclava o punk rock surgido nos anos 80 na cidade americana de Seattle, disseminado pela gravadora indie Sub Pop. Um rótulo casa-da-mãe-joana que abrigava bandas tão diferentes entre si como Nirvana, Mudhoney, Pearl Jam e TAD entre outras. O grunge foi o culpado pela ascensão do chamado "alternativo" no mundo lá pelos anos 90. O grunge também define a atitude e o modo de vestir dos seus adeptos. Era comum encontrar jovens vestidos como lenhadores canadenses em pleno verão carioca ouvindo "Smells Like Teen Spirit". Ainda hoje é possível encontrar viúvas de Kurt Cobain, o maior expoente do grunge, em qualquer cidade brasileira, mesmo as menores.

Guitar band – Banda de guitarra. Quase todas as bandas tem guitarras, mas nesse caso as guitar bands são aquelas que fazem um som parecido com o My Bloody Valentine. Esse termo só é usado no Brasil. Lá fora os termos mas usados são Shoegaze, Indie, College e Alternativo (alternative)

Headbangers – Batedores de Cabeça. Ver metaleiros

Heavy Metal - Literalmente Metal pesado. Esse termo apareceu pela primeira vez na música "Born To Be Wild" da banda americana Steppenwolf. A primeira banda considerada heavy metal é a inglesa Black Sabbath. No início o heavy metal era apenas blues tocado alto, com guitarras distorcidas. Com o passar do tempo, o gênero evoluiu e se subdividiu em subgêneros. A bola da vez é um tal de Nu Metal. Os fãs desse gênero são conhecidos como metaleiros, mas eles preferem ser chamados de headbangers.

Hip-hop – Designa toda uma subcultura jovem, criada por jovens negros americanos em torno do rap. Cresceu a margem da mídia e recentemente foi descoberto pela nocauteada esquerda brasileira. O hip hop é mais popular em São Paulo, onde predomina um som meio gangsta. Mas isso não quer dizer que não haja gente fazendo rap em lugares tão improváveis como Recife, Curitiba, Manaus e Salvador.

Hippie – Ou hipy. Pessoas que não compartilham os mesmos valores e ideias que o resto da sociedade que, para mostrar que são diferentes, usam roupas coloridas, cabelos compridos e às vezes vivem em grupos. Apesar de terem sido muito populares nos anos 60 e 70, hoje são apenas uma pálida imagem do que costumavam ser. Podem ser vistos em lugares como Visconde de Mauá (RJ), Sana (RJ) e Arembepe (BA) vendendo pulseirinhas e torrando a paciência dos espectadores da novela Estrela Guia da Rede Globo.


Indie – Do inglês independent. Diz-se de bandas independentes, aquelas que se viram sozinhas, sem ajudas de grandes gravadoras. É um termo frequentemente associado a bandas americanas e inglesas que fazem um som muitas vezes enjoadinho de doer...

Lo-Fi - Mais inglês. Quer dizer baixa-fidelidade. São bandas indie que gravam em porta-estúdios com equipamentos baratos em casa e fazem um som até legal. Pena que agora esse lance de lo-fi virou clichê. Exemplo: Four Track Valsa.

Mainstream – A maneira como a maioria das pessoas pensa e se comporta. Designa a cultura de massas e a mídia em geral. O underground seria justamente o oposto disso. Mas o que se vê por aí é que o mainstream cooptou elementos do underground. E boa parte do underground sonha mesmo é se tornar mainstream e ficar rico e famoso.

Metaleiros – Até 1985 o Brasil vivia à margem dos grandes shows de rock e pop. Mas mesmo assim havia público para esse tipo de música. Com o primeiro Rock In Rio isso mudou. Os jornalistas dos cadernos culturais não estavam preparados para isso, escreveram páginas e páginas de abobrinhas... mas o nome metaleiro, dado aos fãs de heavy metal, pegou... o metaleiro se veste de preto, usa calças apertadíssimas, tem cabelos compridos e não gosta muito de conversar com quem não é metaleiro.

Minicomics – Pequeno fanzine de quadrinhos, em formato A5. Geralmente impresso em preto e branco, xerocado e distribuído gratuitamente.

Moicano – Aquele penteado em forma de crista de galo dos punks. É feito às custas de MUITO sabão de coco. Nos USA é conhecido como mohawk.

Mosh – Ou stage diving. Todo show tem um cretino que se joga do palco. Isso é mosh.

Neo-Hippie – Jovens que nem haviam nascido quando Janis Joplin havia acabado de morrer, mas que mesmo assim sentem saudades de coisas que nunca viram ou viveram. Geralmente estudam ciências sociais ou comunicação social, dançam forró, ouvem Caetano Veloso e torram o saco das pessoas com seu papo mole. Vivem viajando para lugares como Visconde de Mauá (RJ), Sana (RJ) e Arembepe (BA) onde compram pulseirinhas dos hippies de raiz.

Pogo – Aquela dança que mais parece uma briga (à vezes vira porrada mesmo) que sempre rola em show punk ou de heavy metal.

Poser – ver fake

Post-rock – Nome chique para rock progressivo. Vê se os muderninhos vão gostar de progressivo, que lembra coisas como Premiatta Forneria di Marconi ou Yes ?

Punk - Movimento musical, estético e quiçá político nascido nos Estados Unidos no início dos anos 70, mas que tomou a sua forma definitiva na Inglaterra no final dos anos 70. Também é o adepto desse movimento. Os punks são libertários, anarquistas e também tocam rock. Eles se dedicam a combater o fascismo, skinheads, outros punks que pensam diferente e às vezes encher o saco das pessoas. Como disse um amigo meu: "o punk devolveu a rebeldia ao rock, mas agora qualquer merda mal-tocada é rock".

Rap – Ritmo e poesia. É a música negra mais popular dos anos 80 e 90. Caracteriza-se por uma marcante batida eletrônica, uso de samplers e uma falação sem fim. Em São Paulo predomina um estilo mais arrastado e rancoroso. No Rio de Janeiro o som é mais influenciado pelo rap de Miami e tem letras cheias de sacanagem.

Rave – Festas clandestinas que aconteciam em galpões, fazendas, prédios abandonados e locais estranhos na Inglaterra e nos Estados Unidos nos anos 80. Hoje em dia, qualquer birosca que toque música eletrônica é considerada rave.

Riot Grrl - Também do inglês, quer dizer tumulto, bagunça... Hoje em dia estão em moda as Riot Girls. Aquelas barangas que vão a shows de hardcore e ficam agitando lá na frente. São feministas e defendem o fim do gênero masculino, esses sujos! To com elas! Porrada nos homens, até em mim, desde que eu possa dar uns tapinhas nelas também, já que ninguém é de ferro... Exemplos: Toxoplamose (RJ), Courtney Love e Dominatrix (SP).

Rock – Gênero musical criado nos anos 50 nos USA. Evoluiu, cresceu, virou um monstro com milhares de subdivisões e fãs em todo o mundo. Volta e meia decretam o seu fim. Hoje em dia até Restart é considerado rock.

Roqueiro – Músico ou fã de rock. Figura ainda maldita no Brasil, considerado um tarado e maconheiro em potencial.

RPG – Role-playing Game ou jogo de representação. Uma espécie de jogo aonde os participantes assumem papeis como monstros, ladrões, magos etc. e são orientados por uma pessoa chamada mestre. Os jogadores de RPG tem uma notória dificuldade em se relacionar com os seres humanos, principalmente os do sexo oposto. Em casos extremos, acabam virando ocultistas de butique. Vampiro é o RPG mais popular hoje em dia.

 

Shoegaze - Tipo de rock alternativo cujas principais características são o uso de muitos efeitos na guitarra, com um som denso (conhecido como wall of sound) e vocais são enterrados na música. O nome shoegaze nasceu de foram pejorativa, foi batizado por um jornalista que veio com o nome porque reparou que os músicos geralmente tocavam o tempo todo olhando pro chão. Na verdade eles não faziam isso porque estavam olhando para os sapatos, e sim para os vários pedais. Mas a comunidade de ouvintes adotou o nome e hoje em dia ele não tem mais essa conotação pejorativa. O estilo nasceu nos anos 90 com bandas como My Bloody Valentine, Ride e Slowdive, porém o estouro do grunge e do britpop na época ocupou toda a mídia e o shoegaze acabou ficando relegado para segundo plano na época. 

Skinhead - Jovem com cabeça raspada frequentemente associado com atos de violência. Um exagero de certas pessoas que se chocam com pouca coisa. Ora! Os skins batem em negros, nordestinos, homossexuais, punks, imigrantes, ou qualquer um que não seja careca. Eventualmente eles gravam discos horrorosos e todos acham legal... os skins surgiram na Inglaterra nos anos 60. Eram rapazes de classe operária que raspavam as cabeças para poderem brigar em estádios de futebol e não serem agarrados pelos adversários. Com o tempo esse perfil mudou e viraram isso que a gente vê por aí. Nem todos os skinheads são fascistas, mas acabam pagando por causa da má fama da tribo.

Straight Edge - Uma derivação do punk, pode-se assim dizer. São pessoas que tentam fugir do niilismo do punk passando uma mensagem positiva através de musicas, zines ou de atitudes do dia a dia. Não comem carne, não fumam, não usam drogas, não bebem e alguns não fazem sexo (que é considerado sexismo). Porem indivíduos extremistas mantém uma vida sexual bastante ativa fudendo com a paciência das pessoas.

Tira – Também chamada tirinha. É uma HQ mais curta, em geral publicada em jornais e revistas.

Techno - Gênero de musica surgido nos EUA nos anos 80. Caracteriza-se por usar instrumentos eletrônicos e usar mais de 130 batidas por minuto em suas músicas. Acabou se tornando um clichê usado pela mídia para definir artistas bastante diferentes entre si como Moby ou Chemical Brothers. O techno vai do mais absoluto tédio para pistas de dança a coisas que chegam perto do genial. Foi vendido por alguns jornalistas como a redenção da musica pop, segundo eles quem não gosta de Techno é velho, senil, babaca, preconceituoso e conservador. Só que não convenceu ninguém... também, ofendendo as pessoas desse jeito. Hoje em dia o techno virou carne de vaca e qualquer meleca com bateria eletrônica é considerada techno, para desespero dos seus fãs.

Traidor – Todo aquele que resolve pensar de maneira diferente dos dogmas do underground. João Gordo, vocalista da banda Ratos de Porão, é o "traidor" por excelência. Os traidores sofrem com a patrulha ideológica.

Underground - Mais inglês. Quer dizer subterrâneo, metrô, ilegal ou secreto. Diz-se de coisas alternativas e que não frequentam a mídia ou o gosto popular. São coisas underground: punks, skins, zines, selos de demos, bandas de garagem, etc. É uma entidade frágil e fresca. Pode acabar a qualquer momento, principalmente se algum zineiro emitir uma critica desfavorável a uma banda ou se uma banda não deixar um cara que faz zine entrar de graça em um show. O problema é que aqui no Brasil, andergraundi é mais sinônimo de "desconhecido" do que de "alternativo". Quer dizer, seria um estágio na vida de uma banda ou zine, antes de se tornar famoso e ganhar dinheiro de verdade como "gente grande".

Zine – Abreviação de fanzine.

bottom of page