Edição #17
Rio de Janeiro, 2011
“DKANDLE tece paisagens sonoras transcendentes vibrantes e multicoloridas, misturando texturas Shoegaze difusas e reverberantes, meditações Dream Pop hipnotizantes, tons Grunge lamacentos e tensões Post-punk temperamentais, intensificadas com lirismo comovente e vocalizações emotivas e pensativas”
- Por que seu apelido é Rafafluor?
O nome Rafafluor surgiu na noite do Rio de Janeiro, quando passei a me encantar com as cores flúor, isso mais ou menos em 1999. Nesse ano eu fui para São Paulo, e ganhei um destaque na noite paulistana com esse nome, e vim para o Rio já com o personagem sempre com o cabelo flúor, como freak chic. Eu nunca tinha visto o filme Party Monster, e sem saber fazia parte do filme. Isso para mim foi incrível porque estava no meu ser, a minha essência era ser um freak chic, um garoto que só sai fantasiado para dançar, que não sai sem maquiagem, bem dionisíaco. Mas nunca usei salto alto nem calcinha... Porque não sou mulher, né, isso é um personagem. O meu lance é andrógino. Já saí com terno e gravata rosa maquiado como se fosse mulher.
- O que você acha das pessoas que se assustam com isso?
Depende do lugar, claro que se eu passar na frente de um casamento numa igreja evangélica, eles iam me queimar como se eu fosse o demônio, mas na noite, na cena que eu curto e frequento, ninguém se assusta, não tem porquê. As pessoas estão acostumadas com figuras diferentes, do underground, é o freak no total.
- Qual o estilo de música que você mais curte ouvir?
Eu curto música eletrônica no geral. Tem algumas vertentes que eu não curto muito, como o drum'n'bass, batidas africanas, mas adoro electro, psy-trance. Eu amo Colortronic! Gosto de tudo que é bom em música eletrônica.
- E o que você tem ouvido ultimamente?
Tenho ouvido Madonna, que eu ouço sempre, e também o DJ André Moreno no podcast dele, e quase tudo de Green Velvet. Voltei pros anos 90, estou fazendo uma linha bem retrô no momento.
- Qual foi o primeiro disco que você comprou na vida?
O primeiro foi o do Information Society, com uma capa preta e com os quatro coloridos na frente. Adoro!
- Você curte funk?
Não curto funk de favela cantado como rap não. Eu curto o funk dos anos 80 e 90, que era o funk que você podia curtir, dançar... Era o rap do Silva e coisa e tal. Hoje em dia só tem palavrão, muita baixaria, não curto isso não. Hoje não funciona.
- Mas tu se amarra num samba, né?...
Gosto do samba, tenho samba no pé, sou brasileiro... Vou sempre na União da Ilha, gosto muito de ir lá. Nunca desfilei, mas já saí muito de personagem freak na Banda de Ipanema.
- Você gosta de Carnaval?
Eu adoro Carnaval! Sambo o tempo todo. Baixo a mulata... rs
- Qual foi o disco que te deram de presente que você mais gostou?
Foi o dos Menudos. Eu adorava Não Se Reprima, nossa... Eu sei todas as músicas deles! Sei todas as coreografias, eu era a Menudete! Tinha as Paquitas, da Xuxa, eu era das Menudetes dos Menudos. Fui no show deles no estádio do Vasco e quase desmaiei... rs
- Qual foi o melhor livro que você já leu?
O Pequeno Príncipe. Foi o que marcou.
PARA RAFAFLUOR
- Qual a sua droga predileta?
Música. Aliás, você sabia que a música é realmente uma droga?? A sua repetição cria um estímulo no cérebro que resulta em liberação de dopamina e serotonina. Assim como a massagem. Faço terapia para a coluna e o cara passa uma parada no meu corpo que mexe muito, quando ele para dá uma alegria porque solta serotonina. Dá um bem estar gostoso.
- Você acredita em reencarnação?
Acredito sim. Eu sou um homem religioso, na verdade. Tenho o santo feito, eu já dei aula de EBF (Escola Bíblica de Férias) na Igreja Batista, e dei aula de crisma, catequese na Igreja Católica. Há 17 anos raspei santo, sou raspado feito, recebo santo... Entendo tudo um pouco, de budismo, hinduísmo... Já passei por várias religiões e tenho um pouquinho de cada.
- Se você virasse o Presidente da República, qual a primeira coisa que faria?
Iria lutar para acabar com a miséria no país, dando maiores salários para os professores, formando cidadãos mais instruídos, fazendo um país digno.
- O que é uma puta falta de sacanagem?
Os transportes públicos do Rio de Janeiro. Surreal! O metrô é deficiente. O metrô de Buenos Aires é bem melhor, mesmo sendo antigo e de madeira. Os ônibus, as barcas, todos os serviços são precários no Rio.
Sua opinião sobre:
- Cláudia Leite tocando no Rock In Rio:
Acho que se o nome do evento é Axé in Bahia, não tem como o Paul McCartney tocar nesse evento. Rock In Rio não combina com Cláudia Leite. Nem fui no festival, fiquei decepcionado com o lineup. Acho que o Medina "forçou". Ele pôs o business na frente de tudo.
- Noite carioca:
Muito fraquinha ainda em comparação a todo o mundo. Já fui em noites em Curitiba, São Paulo etc com tudo muito bem produzido, mais organizado, todo mundo que monta entra de graça, fazendo um buchicho na casa. Aqui no Rio não existe isso. Sou muito bem tratado em Buenos Aires. Lá na noite eu ganho até champagne. Aqui no Rio recebo email de produtor de festa pedindo para não ir montado porque pode assustar.
- DJ Jesus Luz:
Eu curtia ele mais como modelo. Porque como DJ ele mixa tudo em casa e leva pronto pra buati. Assim é fácil, né gata?
- Axl Rose:
Já deu, né?...
- O que você acha dessa teoria de que o mundo vai acabar em 26 de dezembro de 2012?
Não acredito e acho ridículo.
O que achou da entrevista?
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