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Edição #11
Rio de Janeiro, 2008

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“DKANDLE tece paisagens sonoras transcendentes vibrantes e multicoloridas, misturando texturas Shoegaze difusas e reverberantes, meditações Dream Pop hipnotizantes, tons Grunge lamacentos e tensões Post-punk temperamentais, intensificadas com lirismo comovente e vocalizações emotivas e pensativas”

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TRANZINE - Por que Transmission?

Stefano, Giana: Após a formação da banda, ficamos tocando alguns meses sem conseguir achar um nome que identificasse a banda e fosse do agrado de todos. Uma dia, o Edu (Space Rave) durante um ensaio da Planondas (banda paralela da Leticia) sugeriu o nome quando soube que o som lembrava Joy Division e Interpol. Todos gostaram do nome, pois remete a estas bandas que são algumas de nossas influências, além de ter o significado mais amplo e abstrato, como nosso som.

Leticia: O nome da banda foi uma coisa que demorou bastante pra rolar... Foi uma sugestão do Edu e a gente tava na pilha Joy Division e adorou o nome. Pouco depois a gente descobriu uma banda com esse nome em Curitiba (inclusive eu toquei com eles com os Planondas...)


TRANZINE - Como vocês definem a banda (sem rotular ou limitar o seu som)?

Leticia: Cara, eu acho isso difícil... Nós quatro fazemos, na minha opinião, uma junção de estilos distintos com uma energia coletiva foda... As guitarras e os vocais com força e melodia (sou muito fã da Giana e Stefano...), o baixo da Carol é incrivelmente foda (acho que o baixista faz toda diferença numa banda) e minha bateria acompanhando com simplicidade as várias quebras e voltas que a música dá... Nisso tu vê influência de várias coisas... Um amigo disse que "nunca viu uma banda tão indie". Entendo que, no mínimo, nosso som é diferente, não é fácil de rotular...

TRANZINE - Hoje em dia existe muita pressão, até mesmo por parte de expoentes da cena underground, para que as bandas cantem em português. Vocês se sentem pressionados a cantarem em português? O fato de cantarem em inglês ajuda ou prejudica a exposição da banda na mídia?

Giana: Existe essa pressão e sempre alguém nos questiona o porquê de cantarmos em inglês. A Transmission é uma banda livre pra cantar em qualquer língua e acho importante não abrir mão dessa liberdade em favor de pressões externas.

Stefano: Por enquanto só temos conseguido a sonoridade pretendida e do nosso agrado cantando em inglês. Existem hoje várias bandas cantando em português já, das quais gosto de poucas aliás (mas isso é uma outra discussão), e acho que não é necessário, e nem faz sentido, criar uma regra para o meio underground onde se deveria ter por objetivo e principal característica a liberdade de criação. Acho que também não faz sentido para uma banda independente se preocupar muito com sua exposição na mídia, e sim apresentar seu trabalho da melhor forma que ela entende. "Keep the rock in the free world!". Não preciso traduzir isso, certo?

Leticia: Cara, a gente faz muita coisa, trabalha pra caralho, se envolve em muitos projetos... Quando surgiu a banda o nosso lema era não se estressar. A gente toca por prazer. Pra Gi e pro Stefano é natural compor em Inglês, afinal o som que a gente ouve é em inglês, as bandas que nos influenciam cantam em inglês, a gente não se expõe tanto (hehehe), é mais fácil... sei lá... Como tenho outras bandas, sei o quanto faz mais sucesso uma música que as pessoas vão lembrar porque é em português e cantar no show. Acho que prejudica a exposição da banda na mídia. Acho que foda-se.

TRANZINE - O fácil acesso à tecnologia hoje em dia permite que qualquer um grave um disco no seu próprio quarto e divulgue as músicas na internet. Como vocês vêem este novo panorama? Acham que isso facilita ou dificulta a sobrevivência da banda no mercado?

Giana: Para uma banda independente, o mp3 foi a invenção salvadora e hoje podemos conhecer muito mais bandas underground do mundo todo.... sou muito a favor do mp3. Não acho que o mp3 prejudique as bandas no geral e as vendas de CD não diminuíram por causa desse tipo de divulgação.

Stefano: Considero o mp3 uma tecnologia que facilita a divulgação da música, socializando-a. Penso que a música de qualidade, e consequentemente os artistas, sempre irão sobreviver com a facilidade de divulgação de seu trabalho. Talvez seja o fim do luxo de alguns artistas que muitas vezes nem merecem o patamar em que estão, já que muito do crédito tem que ser dado aos artistas do marketing e suas obras-primas, e também ao mar de dinheiro que garante (e força) a divulgação do seu trabalho, isolando completamente os artistas com menos recursos. A pirataria é algo inevitável, claro que um certo combate a ela tudo bem, mas chega-se a um ponto que seria melhor canalizar o esforço despendido em combatê-la para a busca de novos artistas talvez. A pirataria atinge a todos, mas só é letal para o trabalho artístico frágil que se baseia em lixo comercial com álbuns de uma música só. Não quero aqui entrar de sola nas gravadoras, mas acredito que muito da arte foi deixada de lado em detrimento do retorno financeiro imediato, o que é compreensível nos dias de hoje.

Leticia: Acho o mp3 genial. Acho maravilhoso estar na frente do computador e ter acesso a qualquer música no mundo. E, convenhamos, uma gravadora e a vendagem de cds em loja beneficia minimamente o artista. O período é de busca por uma alternativa. Sei lá, pra gente que é independente, acostumado a fazer por si mesmo, é por poder divulgar mais facilmente...

TRANZINE - Como é a cena underground em Porto Alegre? Parece que a cena rock aí é bem forte, né?...

Stefano, Giana:
O Rio Grande do Sul sempre teve uma veia de rock muito forte, ultimamente (últimos 5 anos) houve um crescimento com o surgimento de novas bandas de qualidade e com estilo próprio, fortalecendo (ou fortalecido por?) um aumento do público que se interessa por sons alternativos. Porto Alegre, em particular, tem uma tendência mais enraizada no rock n' roll clássico ou sessentista e também anos 70. Já a grande Porto Alegre, principalmente o eixo Canoas, Esteio, São Leopoldo, Novo Hamburgo, possuem diversas bandas alternativas focadas em um som inspirado nos anos 80, 90 e atuais.

Leticia: Por parte da bandas sim. Já pelos bares, mídia, público... deixa muito a desejar. O único bar de fé é o Dr. Jekkyl e agora o Garagem Hermética que reabriu. As rádios (com exceção da Rádio Unissinos FM) ignoram totalmente a cena underground (já que as bandas do mainstream não saem do underground e sim são fabricadas) bem como os "jornalismo musical". o público é blasé e muitas bandas (e respectivos públicos) são rivais. Mas a gente sobrevive. Eu amo muito tocar. Morreria se parasse.

TRANZINE - Qual o melhor show que vocês já fizeram até o momento?

Stefano: Fizemos um show muito bom no Dr Jekyll em dezembro, mas o show de

janeiro no Fórum Social Mundial teve uma repercussão muito boa do pessoal de

fora do RS. Já tocamos em São Leopoldo, no Casarão Hall com Supermozart e

Visionários, as outras vezes restantes foram em Porto Alegre.

Leticia: Somos uma banda nova (mais ou menos 5 shows...) O show no Fórum

Social Mundial foi especial, pois o público era muito diverso.

TRANZINE - Que bandas brasileiras vocês curtem?

Giana: Viana Moog (RS) Amorfo (RS),  S.O.L. (RS), Not so Easy (RS), Planondas (RS), Pública (RS), Fuso (MG), Dog School (SP), Pin Ups (SP), Hats (SP), DMX (SP)...

 

Stefano: Girlish, DeuseoDiabo, Valv, Viana Moog, Dominatrix, Low Dream, Nonsense, Pin Ups, Publica, Seven2nine, Farveste.

Leticia: Curto bandas aqui de Porto Alegre: Pública, Space Rave, Superguidis, Alcalóides, Walverdes... De São Paulo, Biônica, Hats...

TRANZINE - O que vocês acham de bandas como CPM22 e Detonautas e a atual onda de emocore no Brasil?

Giana: 
Não escuto estas bandas... e onda por onda, pelo menos não é sertanejo, axé ou o tchan...

Stefano: Acho que ao menos é aberto, ou mantido, um espaço no público brasileiro para o rock, derrubando algumas barreiras... mas criando outras também.

TRANZINE - Se vocês fossem levados para uma ilha deserta e só pudessem levar 3 discos, quais levariam?

Giana: EU IA SOFRER MUITO EM TER QUE LEVAR SÓ 3... MAS atualmente eu levaria: COME PICK ME UP DO SUPERCHUNK, TO RECORD ONLY WATER FOR TEN DAYS DO JOHN FRUSCIANTE E sonic nurse do sonic youth.....MAS TEM TAMBÉM O JETS TO BRAZIL, PIXIES, TEAM DRESH, yo la tengo....AI AI AI AI AI

Stefano: Deixando de lado o momento, seriam Doolittle (Pixies), Dry (PJ Harvey), e Diary (Sunny Day Real Estate) ....(e no bolso do casaco o this is a pinback cd do pinback)

Carol: Yo La Tengo - Electropura, Pixies - Death to the Pixies, Fugazi - Repeater

Leticia: 3 de Mp3???!!!!...não vale? putz, pra ficar a vida toda na ilha?? a vida toda ouvindo 3 discos? sem enlouquecer?? impossível. tá bom, pelo espírito do momento: Marquee Moon - Televison, Hunky Dory - David Bowie, White Album - The Beatles.

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