Repare o comportamento de um exército que saqueia uma cidade: nem observância de princípios morais, nem rebates de consciência se vislumbram nos desmandos cometidos. Roubos, assassínios, raptos, são a prática alegre de homens que se sabem livres de punição e censura.
Ensaio Sobre o Entendimento Humano,
John Locke
“DKANDLE tece paisagens sonoras transcendentes vibrantes e multicoloridas, misturando texturas Shoegaze difusas e reverberantes, meditações Dream Pop hipnotizantes, tons Grunge lamacentos e tensões Post-punk temperamentais, intensificadas com lirismo comovente e vocalizações emotivas e pensativas”
E não houve nações, mesmo das mais civilizadas, onde o abandono das crianças, para que morressem de fome ou fossem devoradas pelas feras, não fosse prática corrente e aceite? Em algumas regiões não se usa ainda enterrar vivos os recém-nascidos juntamente com as mães que morreram de parto? Ou não se matam porque um astrólogo qualquer as declarou nascidas sob maus astros? E não há outros lugares onde os filhos abandonam ou matam os pais que a idade tornou inúteis, sem nenhum remorso?
Em certa parte da Ásia, quando os doentes são considerados incuráveis, abandonam-nos na terra, até que morram, expostos ao frio e à chuva, sem qualquer assistência. Entre os Mingrélios, um povo que professa o Cristianismo, é comum enterrarem vivas as crianças sem qualquer escrúpulo. Há sítios onde comem os próprios filhos. Os Caribas chegavam a castrá-los para melhor os engordarem; depois devoravam-os. E Garcilaso de La Vega conta-nos que os homens de uma tribo do Peru tomavam como concubinas as mulheres das tribos inimigas que aprisionavam, a fim de nelas gerarem filhos que devoravam depois de bem engordados; igual destino davam às mães quando deixavam de ser aptas para a procriação. Os Tupinambás não conheciam mais virtuoso caminho para o Paraíso do que vingarem-se dos inimigos, comendo-os. Aqueles que entre os turcos eram considerados santos levavam uma vida tal que não poderá relatar-se sem ofensa ao pudor.
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